Quando vemos pessoas vestindo jalecos brancos, é natural que a gente pense nelas como profissionais ou estudantes da área da saúde.
É muito comum nos deparamos com pessoas usando esses trajes em áreas hospitalares ou mesmo nas proximidades de uma universidade.
Normalmente, a única dúvida que nos vem à cabeça é quanto à profissão.
Talvez sejam médicos, enfermeiros, dentistas, fonoaudiólogos, terapeutas etc.
Essa primeira impressão já está enraizada na nossa sociedade.
Mas você já se perguntou por que a maioria dos profissionais da área de saúde vestem roupas brancas?
Por quê?
Listamos abaixo alguns dos motivos pelos quais a cor branca é tão usual entre esses profissionais.
O branco remete à limpeza e higiene
Quando pensamos em um profissional que vai cuidar da nossa saúde, jamais passa pela nossa cabeça um uniforme sujo. Imagine um médico que irá cuidar de você com um jaleco todo cheio de respingos de sangue!
O branco permite ver melhor se o uniforme está sujo e ajuda a evitar infecções. O contraste proporcionado pela cor diminui as chances de qualquer mancha passar despercebida.
Jaleco branco é um padrão visual
Os clientes e pacientes gostam de ser atendidos por alguém que se veste de acordo com sua profissão, já que isso normalmente nos transmite a sensação de segurança e de responsabilidade do profissional que irá nos atender.
Isso ocorre principalmente em relação aos profissionais da medicina. Algumas pesquisas demonstram que a maioria dos pacientes espera que os médicos utilizem jalecos. Como normalmente estamos acostumados ao vestuário branco desses profissionais, podemos afirmar que esse é um padrão estético bastante enraizado na nossa sociedade.
O branco está associado à ciência
Um jaleco branco também nos remete à ideia de pesquisa científica. Normalmente os profissionais envolvidos em trabalhos laboratoriais também utilizam esse tipo de vestuário.
Intuitivamente temos a tendência de deduzir que esses profissionais tiveram uma sólida base científica por trás de sua formação. Essa percepção acaba contribuindo para o prestígio da imagem profissional.
Distinção profissional
Já dissemos que as roupas brancas são uma forma que as pessoas têm de identificar os profissionais da saúde. Ocorre que, de uma forma geral, os próprios profissionais também atribuem grande importância a essa imagem.
É bastante comum vermos estudantes e recém-formados demonstrando orgulho ao usar esse tipo de vestuário. Eles acabam se sentindo representantes da profissão que escolheram e fazem questão de mostrar isso a todos à sua volta.
Manifestação de Status
A vestimenta branca pode ser considerada um sinal de status, principalmente em relação aos profissionais da medicina.
É comum vermos médicos com jalecos e outras peças de vestuário feitas com materiais de alta qualidade e com detalhes requintados, conferindo certa elegância e sofisticação à imagem desses profissionais.
Significados mais abrangentes da cor branca
Além desses aspectos, vale também uma referência aos significados geralmente atribuídos à cor branca.
Normalmente o branco está associado a idéias positivas para a sociedade, como à pureza, à paz e à serenidade.
Imagino que você considere que todas essas características são bastante desejáveis em um profissional que terá a responsabilidade de cuidar da nossa saúde.
Um pouco de história
É bem provável que, se você gosta de história, talvez esteja interessado em saber de onde surgiu essa tradição de utilização de roupas brancas.
Um fato curioso é que não há consenso em relação à origem dessa cultura.
Alguns afirmam que a tradição começou no templo de Hipócrates, na ilha grega de Cos, por volta dos séculos V e VI antes de Cristo. Diz-se que era hábito o uso de trajes brancos entre os médicos, auxiliares e pacientes, de forma que fossem facilmente identificáveis e que não houvesse diferenças entre eles. Além disso, os trajes brancos seriam mais confortáveis e refrescantes naquela região de clima quente.
Outras pessoas dizem que essa tradição surgiu com os sacerdotes do templo de Asclépio (deus grego da medicina), os quais usavam trajes brancos.
Nem sempre se usou branco
O que é fato, é que nem sempre se utilizou branco.
Alguns estudiosos afirmam que na história da medicina houve um período em que ela era vista como feitiçaria e sempre estava sujeita à desconfiança das pessoas, a quais temiam se tratar de fraudes.
Nessa época, os profissionais usavam roupas casuais, mesmo em salas de operação, e várias obras de arte anteriores ao século XIX ilustram médicos utilizando roupas escuras, como preto, verde-musgo e marrom.
Também não havia preocupações com infecções que pudessem ser causadas por algum microorganismo presente nas roupas dos médicos. Pelo contrário, a quantidade de manchas presentes no avental indicava que o médico tratava de muitos pacientes, o que o tornava mais respeitado pela comunidade.
O desenvolvimento da microbiologia
Na segunda metade do século XIX, Louis Pasteur conseguiu demonstrar por meio de experimentos que existiam agentes microbianos que podiam ser letais ao ser humano, contribuindo para esclarecer diversos pontos sobre a origem de muitas doenças.
A partir daí a preocupação com a higiene começou aumentar e a necessidade de assepsia e limpeza dos ambientes hospitalares passou a ser muito valorizada.
As roupas claras tornaram-se bastante apropriadas nesse cenário, já que facilitavam perceber quaisquer sinais de sujeira, levando os médicos a trocar os trajes em casos de manchas, respingos de sangue e de outras substâncias.
O branco Hoje em dia
Com a evolução das técnicas de higienização e assepsia, a cor do vestuário dos profissionais da saúde deixou de ter tanta importância, sobretudo em relação ao risco de contaminação dos pacientes e profissionais.
É bem comum, por exemplo, o uso de roupas coloridas, principalmente azuis e verdes, nos centros cirúrgicos dos hospitais. Como existe a necessidade de utilização de roupas esterilizadas, não há mais a preocupação de usar branco para evidenciar a limpeza.
A questão do uso de roupas brancas se tornou muito mais uma tradição do que uma necessidade. Entretanto, não há como negar que esse hábito está longe de acabar, já que se encontra tão enraizado na nossa cultura.
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